Segundo as descrições do DSM-IV e CID-10 o Autismo é classificado dentro dos Transtornos Globais do Desenvolvimento ou TID – Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, que abrange um espectro muito heterogêneo, pois, seu diagnóstico se apóia em descrições fenomenológicas em vez de critérios etiológicos, ou seja, déficits na sociabilidade, na empatia, na capacidade de compreensão e percepção dos sentimentos dos outros; déficit na linguagem comunicativa e imaginação; déficit no comportamento adaptativo e na flexibilidade cognitiva. Essas descrições fenomenológicas definem o chamado Autismo Clássico que o diferencia de outros TIDs. Há certa confusão, na literatura, em relação à terminologia; Autismo e Transtorno Invasivo do Desenvolvimento. O termo Autismo diz respeito ao Autismo Clássico, um dos transtornos mais graves do espectro do TID.
Os Autistas são alheios aos estímulos ambientais, têm imaginação pobre, dificuldades de abstração e de aprendizagem. Apresentam comportamentos repetitivos (estereotipias) e acentuadas resistências às mudanças. A etiologia é desconhecida e o diagnóstico é impreciso. Requer muito estudo e análise exploratória em muitos níveis diferentes do desenvolvimento da criança e do adolescente, como do comportamento à cognição, da neuropsiquiatria à genética, da fonoaudiologia à psicopedagogia, da psicologia à terapia ocupacional e nas estreitas interações interpessoais ao longo do tempo (SHULTZ, 2005 e KLIN et. al. 2006).
De uma forma geral, a educação de autistas acaba sendo prejudicada pelas manifestações comportamentais e pelas características próprias da síndrome: desvios na atenção, dificuldades de comunicação, aprendizagem pelas rotas visuais, apego aos detalhes, falhas na generalização, entre outras. No entanto, é possível adaptarmos o ambiente e o material para facilitarmos a aquisição de habilidades. Para tanto, sugerimos:
-Adequação da proposta pedagógica ao nível de funcionamento;
-Adequação da proposta pedagógica à faixa etária;
-Eliminação dos estímulos concorrentes para orientar melhor a atenção da criança em sala de aula (não deixar muito perto de portas, janelas, evitar muita decoração nas paredes, deixar somente o material que for usar á vista, etc.);
-Oferecer regras claras e visuais (associar gestos, imagens, fotos e objetos á dica verbal). Ex: ao falar “João, agora é hora de sentar", bater levemente na cadeira com a mão, mostrar a cadeira, fazer um som com a batida da sua mão na cadeira, enquanto direciona a criança na execução da ação;
-Oferecer atividades da forma mais estruturada possível, com poucos objetivos por vez. É melhor oferecer várias tarefas curtas do que poucas tarefas longas;
-Incluir em todas as propostas, a estimulação da comunicação (o que não precisa significar somente FALA). Sabermos que quanto melhor a criança se comunica, melhor é o seu comportamento;
-Verifique as habilidades da criança, o que ela já consegue realizar sozinha e alterne com atividades em que ela ainda necessita de ajuda;
-Dividir o tempo da aula em minutos (ex: de 20 em 20 minutos) e variar as tarefas dentro desses momentos. Procure iniciar o dia de trabalho sempre com uma tarefa que favoreça o engajamento da criança para garantir a motivação e o sucesso. Ensine que cada espaço tem a sua função. Lanche é no refeitório (e não dentro da sala de aula); tomar banho é no banheiro; etc.
Descobrir que o filho é autista pode ser uma experiência angustiante. Hoje, com uma abordagem pedagógica e terapêutica adequada, essas crianças podem vir a se desenvolver muito bem, ainda que de forma diferente de outras crianças.
APRENDER EM CONSTRUÇÃO
Andréia Santos da Costa Ferrão
Pedagoga - Educação Especial
Especialista em Psicopedagogia
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Avaliação e Intervenção de crianças, adolescentes e adultos com Dificuldades ou Transtornos de Aprendizagem: Autismo, Dislexia, Discalculia, Disgrafia e TDA/H/I. Artesanato-terapia e Psicomotricidade. Elaboração de Projetos e Jogos Adaptados. Palestras. Orientação à família e à escola. Projeto Psicopedagogia e Psicoterapia na Escola. Consultoria Pedagógica e Psicopedagógica. Visite o Blog e o site e entre em contato!
Os pais são os maiores especialistas em seus filhos, portanto, se perceber que alguma coisa está errada, não demore em procurar ajuda de um especialista. O psicopedagogo é o profissional especialista em aprendizagem. Se a criança não está aprendendo procure ajuda deste profissional. Lembre-se que sozinho não chegamos a lugar algum. Busque apoio e esclareça suas dúvidas sempre que sentir necessidade.
4 comentários:
Oi, passei para conhecer seu Blog. Bacana gostei!
Ah! visita meu Blog tá?
Leto
Maravilhoso o seu trabalho, fiquei encantada com o que li aqui e muito vai me ajudar na minha escola!Parabens!Bjs |Teresa
Gostei muito!Que trabalho maravilhoso.Preciso de sua ajuda. Tenho um aluno disléxico e venho encontrando dificuldades imensa trabalhar ele.Gostaria de sugestões de atividades!Parabéns! Bjs!
Fátima
Olá Andreia, parabéns pelo blog, informações que ajudam muitos profissionais e também aos Pais, um conteúdo riquíssimo.
Abraços
Valeria
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